domingo, 30 de novembro de 2014

Uso de cortisona no tratamento da artrite reumatoide pode ser reduzido, sugere estudo

É possível reduzir drasticamente o uso de cortisona no tratamento de artrite reumatoide, doença que atinge três vezes mais mulheres do que homens em idade adulta. É o que aponta um recente estudo feito por pesquisadores franceses que utilizaram medicamento biológico em 130 pacientes com artrite reumatoide e publicado recentemente no Oxford Journals Rheumatology.

E a ideia vem sendo comprovada na prática clínica por uma das maiores autoridades em doenças reumáticas no Brasil, a Dra. Evelin Goldenberg, médica da Unifesp, que já eliminou a cortisona em muitos pacientes e obteve resultados ainda melhores. “Eliminar a cortisona é um passo fundamental no tratamento especialmente porque os pacientes são predominantemente mulheres e os efeitos colaterais da cortisona são muito agressivos”, avalia a reumatologista.

 Ganho de peso, aparecimento de estrias, espinhas e pelos são alguns dos efeitos colaterais mais comuns ao tratamento com cortisona. As pacientes também podem desenvolver “moonface” (ou “cara-de-lua-cheia”: quando o rosto fica totalmente arredondado) e os riscos de diabetes, osteoporose, glaucoma e hipertensão também aumentam com o uso intensivo da droga. “O resultado é a destruição da autoestima da mulher”, explica a Dra. Goldenberg. “Por isso a comprovação de que os medicamentos biológicos podem até mesmo eliminar o uso de cortisona é uma grande notícia para os pacientes. Vale lembrar que esses medicamentos estão disponíveis via SUS e planos de saúde”, completa.

O estudo conduzido na Universidade de Dijon, na França, observou que mais da metade das pacientes (53,8%) com artrite reumatoide reduziram as suas doses diárias de corticoides, passando de 10 mg/diários na primeira semana para 5 mg/diários ou menos na vigésima quarta. A corticoterapia foi retirada completamente em um paciente na quarta semana, três na oitava, oito na décima segunda, e 15 pacientes na vigésima quarta.

A artrite reumatoide é um dos tipos mais comuns de doenças reumáticas, que só no Brasil atingem mais de 12 milhões de pessoas, de acordo com o Ministério da Saúde. Não existe cura para artrite reumatoide, mas o diagnóstico precoce e tratamento adequado permitem que o paciente possa desfrutar de boa qualidade de vida, sem limitações.

Sobre a Dra. Evelin Goldenberg
A Dra. Evelin Goldenberg é mestre e doutora em Reumatologia, médica do corpo clínico recomendada pelo Hospital Albert Einstein e médica reumatologista na Clínica Reumatológica Goldenberg, um dos principais centros de referência no tratamento de doenças reumáticas no Brasil há mais de 40 anos. É autora de mais de uma dezena de livros com tiragens esgotadas, como “Reumatismo: a caminho da cura”, “O coração sente, o corpo dói”, “Osteoporose masculina”, “Viver bem depende de você. Articule-se!”.

Por: Barcelona Comunicação Estratégica  

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